O uso de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) tem ampliado as formas de violência contra a mulher. Um exemplo é o caso da universitária Larissa Silva, de 21 anos, de São Luís (MA), que teve sua imagem manipulada por IA e inserida em cenas íntimas falsas. As imagens foram divulgadas nas redes sociais, causando forte abalo emocional. Ela agora faz tratamento psicológico e incentiva outras vítimas a denunciarem.
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Casos como esse ainda não aparecem em estatísticas oficiais, mas já motivaram mudanças na legislação. A Lei 15.123/2025 aumenta em 50% a pena para crimes de violência psicológica praticados com o uso de tecnologia. A norma também prevê até seis anos de prisão para quem divulgar, sem consentimento, imagens de estupro ou de sexo envolvendo a vítima.
A advogada Natália Reis considera a lei um avanço, mas alerta para a necessidade de o poder público se preparar. “Faltam ferramentas e capacitação para identificar o que é real ou manipulado. As plataformas também devem ser responsabilizadas por disseminar esse tipo de conteúdo”, afirmou.
Além da manipulação por IA, a nova lei também abrange crimes como cyberbullying, stalking e crimes contra a honra. No campo civil, as vítimas podem entrar com ações por danos morais.
Enquanto os crimes digitais avançam, os dados da violência convencional contra a mulher no Maranhão continuam alarmantes. Em 2024, o Ligue 180 registrou 17.832 atendimentos no estado — um aumento de 99,7% em relação a 2023. O número de denúncias subiu 49,4%, com 2.833 registros, sendo 2.585 por telefone e 209 via WhatsApp.
Larissa, mesmo diante do trauma, acredita que compartilhar sua história pode ajudar outras mulheres. “Denunciar é difícil, mas é necessário. Não posso mudar o que vivi, mas posso transformar isso em força para evitar que outras passem pelo mesmo”, disse.