Sem grandes agendas públicas ou anúncios relevantes, o vice-governador Felipe Camarão voltou à sombra política antes mesmo de sua interinidade chegar oficialmente ao fim, neste sábado (28), com o desembarque de Carlos Brandão em São Luís ainda na sexta-feira (27), após missão oficial na Europa, direto para os arraiais espalhados por São Luís.
O interstício passaria despercebido até mesmo aos bastidores políticos, não fosse por Rubens Pereira. Enquanto ocupava o cargo de governador em exercício, Camarão foi alvo indireto de críticas do secretário de Articulação Política, que atribuiu o rompimento entre os grupos de Brandão e Flávio Dino à recusa de dinistas em aceitar a indicação do vice na chapa de 2026 pelo atual governador. “Quando disseram que o governador não poderia indicar o vice, o diálogo estancou”, afirmou Rubão, em alusão ao impasse que envolve o futuro político de Camarão.
A fala caiu como uma provocação direta ao entorno de Flávio Dino, colocando Camarão sob pressão justamente em suas últimas horas na cadeira máxima do Palácio dos Leões. A reação do vice veio nas redes sociais, sem citar o nome de Rubão, afirmando que “nunca houve diálogo sobre o tema”.
A interinidade de Camarão serviu menos para consolidar protagonismo e mais para evidenciar o incômodo político com sua presença no centro da sucessão. Com Brandão de volta ao comando e o nome de Orleans Brandão ganhando força entre os aliados, Camarão segue numa encruzilhada: sente-se herdeiro político de quem nem na política está mais e, enquanto isso, é cada vez mais testado por integrantes do governo do qual faz parte.