O Ministério Público do Estado do Piauí denunciou 16 criminosos acusados de integrar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo membros de um grupo de “disciplinas”, núcleo responsável por monitorar e manter a “ordem” nos locais de atuação, o que inclui punição aos próprios integrantes da organização criminosa. A denúncia foi protocolada no dia 29 de janeiro pela 27ª Promotoria de Justiça de Teresina.
Foram denunciados, pela infração penal de integrar organização criminosa: Abiel Witson de Moraes Costa, vulgo “Das Prata” ou “Lorim”; Alexandre Vasconcelos da Silva, vulgo “Coroa Diabão” ou “Coroa Ceará”; Bruno da Silva Soares, vulgo “Lapinha” ou “Messi 10”; Everaldo Ferreira, vulgo “Caçador”; Guilherme Teixeira de Araújo, vulgo “Perigo”; João Miguel Araújo da Silva, vulgo “Lex Magnata”; José Maria de Oliveira Eleutério Neto, vulgo “Zn” ou “Neto Zk”; José Wilson da Conceição de Sousa, vulgo “Yudi”; José Victor da Cruz, Vulgo “Victor” ou “Seifador se Almas”; Laudinatel Barbosa dos Santos, vulgo “Adrenalina”; Leonardo Ferreira de Araujo, vulgo “Madrugadão”; Nykson Rodrigues de Sousa, vulgo “Mohamed”; Paulo Welinton Santos, vulgo “Gugu”; Rafael Ferreira Coelho da Silva, vulgo “Kauan”; Rômulo Rith Vieira Barroso, vulgo “Revoltado”; Vinícius da Silva Ferreira, vulgo “Kadu” ou “Town Country”.
Símbolo do PCC
Todos os mencionados foram indiciados pela Polícia Civil do Piauí, e atuam em núcleos espalhados por dez cidades: Teresina, Picos, Floriano, Piripiri, Campo Maior, Altos, São Raimundo Nonato, Água Branca, Canto do Buriti e Colônia do Gurguéia. Alguns deles já estão presos.
Entre as provas apresentadas, estão dados extraídos do aparelho celular pertencente ao denunciado José Eleutério Neto, apreendido em junho de 2023 durante operação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO).
Foi realizada extração de dados do aparelho telefônico, que revelou a existência de grupo no WhatsApp denominado “Disciplina da Oeste”, destinado aos integrantes do PCC que exerciam a função de disciplina.
“No grupo, diversos assuntos referentes à facção eram tratados, inclusive avisos regulares acerca de ‘alterações’ nas regiões designadas aos ‘cuidados’ de cada disciplina”, consta na denúncia.
O representante do Ministério Público ressaltou que as investigações conseguiram demonstrar a presença de todas as características, legalmente estabelecidas, de uma organização criminosa: associação de quatro ou mais pessoas, estrutura ordenada, divisão de tarefas e obtenção de vantagem de qualquer natureza e prática de infrações penais com penas máximas superiores a quatro anos.
Outros crimes
A denúncia também frisa que alguns denunciados são acusados de envolvimento em outras práticas criminosas, que são tratadas em outros inquéritos policiais. “Os demais crimes imputados aos indiciados, como tráfico de drogas e porte de arma, estão tratados em inquéritos policiais diversos”, diz outro trecho.
Diante disso, o representante ministerial denunciou os 16 acusados, requerendo a designação de audiência para inquirição dos denunciados, de testemunhas e dos representantes do Ministério Público e das respectivas defesas.