A Justiça determinou que Adelaido Gomes Celestino, acusado de matar a irmã e advogada, Valdenice Gomes Celestino Soares, seja submetido ao Tribunal Popular do Júri por tentar matar o marido dela, identificado como Gesiel Levi Soares da Silva, em 2021. A sentença de pronúncia foi assinada nessa quinta-feira (06), pelo juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Paulistana, Denis Deangelis Brito Varela.
Consta na decisão que no dia 15 de maio de 2021, Adelaido Gomes e seu irmão, Narciso Gomes Celestino, atentaram contra a vida de Gesiel Levi e ainda ameaçaram Valdenice Gomes, esposa de Gesiel.
Adelaido Gomes Celestino
No dia do crime, Gesiel Levi se dirigia à casa de um amigo e ao se aproximar da calçada da residência, foi surpreendido, de forma traiçoeira por Narciso Gomes Celestino, que desferiu um golpe na parte posterior de sua cabeça, com um pedaço de madeira tipo “porrete”.
Logo em seguida, o denunciado, Adelaido Gomes Celestino, continuou com as agressões, dando-lhe chutes e murros, levando-o e arrastando-o para a rua e, ainda, proferindo: “vamos terminar de matar ele aqui”.
Vítima foi socorrida por populares
Gesiel Levi foi socorrido por populares, que impediram os irmãos Adelaido e Narciso de prosseguir com o crime. A vítima, por sua vez, foi prontamente socorrida e levada para o Hospital de Paulistana, mas em razão da gravidade dos ferimentos foi transferida para Hospital Regional de Picos, sendo admitida ainda em outros hospitais da cidade de Teresina.
Briga por herança motivou a tentativa de assassinato
Em depoimento, Gesiel Levi afirmou que os acusados são irmãos de sua companheira, Valdenice Gomes Celestino Soares, e que o motivo das agressões sofridas por ele foi o fato de a matriarca da família Celestino, mãe de sua esposa e dos agressores, estar enferma. Valdenice ajuizou uma ação com o intuito de impedir que os denunciados retirassem a genitora dos cuidados dela e a levassem para residir no Estado de Goiás, onde os irmãos moram.
“A herança da família também foi motivo para tal fato, visto que não há acordo entre os familiares quanto à divisão dos bens, especialmente as propriedades rurais. Consoante o procedimento policial, a vítima Valdenice Gomes Celestino afirmou que os denunciados sempre foram pessoas violentas no âmbito familiar, sendo que Adelaido já responde a alguns processos criminais em virtude de agressões familiares e Narciso já teria, inclusive, tentado contra a vida de um irmão há aproximadamente 14 anos”.
Advogada já havia sofrido ameaça de morte em 2019
Em depoimento, Valdenice Celestino afirmou que no ano de 2019, mais precisamente no mês de março, seus irmãos a ameaçaram de morte, dizendo que iriam à cidade de Paulistana-PI para “arrancar” sua cabeça e a de seu esposo, fato que fez com que a vítima requeresse uma medida protetiva de urgência. Exatamente seis anos depois, Valdenice Calestino viria a ser assassinada pelo irmão, no dia 03 de março de 2025.

Valdenice Gomes Celestino Soares
Irmãos foram pronunciados por tentativa de homicídio do marido de Valdenice Celestino
Ante todo o exposto, a magistrada afirmou que restaram atendidos os requisitos elencados no art. 413 do Código de Processo Penal, como prova da materialidade do fato, pelo laudo pericial acostado aos autos, corroborado pelos depoimentos colhidos, e indícios suficientes de autoria, resultantes da prova oral colhida durante a instrução processual.
“Pronuncio os acusados Adelaido Gomes Celestino e Narciso Gomes Celestino, já qualificados, para que sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri, pela prática do delito tipificado no artigo 121, §2º, II, IV, na forma do artigo 14, II, todos do Código Penal, tendo como vítima Gesiel Levi Soares da Silva”, diz trecho da decisão.
Adelaido Celestino está foragido há 5 dias
Desde a última segunda-feira (03), depois de ter tirado a vida da própria irmã Valdenice Celestino, Adelaido Gomes Celestino empreendeu fuga e até o momento não foi localizado pelas forças de Segurança Pública do Piauí.
No dia seguinte ao assassinato da advogada, a juíza Tallita Cruz Sampaio decretou a prisão preventiva do acusado. Desde então, a Polícia Civil continua empreendendo diligências com o intuito de localizá-lo.