Além da educação, o esquema pode ter desviado milhões de reais da saúde do municipio.
O escândalo envolvendo o prefeito Edilson Alvorada (PL), de Palmeirândia, no Maranhão, parece se aprofundar a cada dia. Depois da revelação de um esquema milionário envolvendo a suposta compra de água mineral que nunca chegou às escolas da rede municipal, uma nova frente de irregularidades começa a vir à tona. Desta vez, os indícios apontam para o uso de uma empresa com sede na capital São Luís, que teria recebido mais de R$ 3 milhões em recursos públicos da prefeitura, sob o pretexto de fornecimento de produtos de limpeza — itens que, segundo denúncias, jamais foram entregues pela citada empresa à gestão municipal, entre os itens constam mais de 10 mil litros de água sanitária
A empresa, que oficialmente atua no ramo de fornecimento de materiais de limpeza, aparece em contratos assinados em 2023 e 2024 com a Prefeitura de Palmeirândia, mas funcionários das próprias escolas municipais relatam que nunca viram sequer parte desses produtos. Segundo informações apuradas pela reportagem, o endereço cadastrado da empresa em São Luís não funciona como ponto de distribuição ou depósito compatível com o volume declarado nos contratos. A movimentação financeira levanta suspeitas sobre a existência de uma empresa de fachada utilizada para escoar recursos públicos.
Esses novos elementos somam-se ao caso da água mineral, já amplamente divulgado pela imprensa maranhense, em que mais de 1 milhão de litros de água mineral foram pagos a uma outra empresa — também com entregas não comprovadas — para o suposto abastecimento das escolas do município. A dimensão do possível esquema, que mistura superfaturamento, fraudes em licitações e empresas fantasmas, tem mobilizado órgãos de controle e fiscalização.
Além das irregularidades em contratos, pesa contra o prefeito Edilson Alvorada (PL) uma denúncia grave de omissão de bens à Justiça Eleitoral nas declarações entregues durante o processo de registro de candidatura em 2024. A ausência de informações patrimoniais obrigatórias configura uma possível violação da Lei de Inelegibilidade, o que pode gerar implicações judiciais sérias, inclusive com a cassação de mandato, caso comprovada a má-fé.
As denúncias já que chegaram ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal, que devem instaurar procedimentos investigativos nos próximos dias. A expectativa é que buscas e quebras de sigilo sejam solicitadas para apurar o rastro do dinheiro público envolvido no caso.
Procurados por nossa redação, nem o prefeito Edilson Alvorada nem membros de sua assessoria foram localizados até o fechamento desta matéria. A ausência de respostas apenas aumenta a pressão por transparência e a urgência de uma apuração rigorosa dos fatos.
Com o avanço das investigações, a população de Palmeirândia espera que os responsáveis sejam identificados e que a verdade venha à tona. O escândalo já é considerado um dos maiores da história recente do município.
Veja na integra parte de um dos contratos suspeitos com pagamento realizado.